Um cara simples, honesto, trabalhador e apaixonado por uma mulher que não corresponde aos seus sentimentos. Este é Pedro Cavichioli, interpretado por Elam Lima, um dos personagens centrais de “Cúmplices de um Resgate”. Na história, ele vive um triângulo amoroso com as irmãs Rebeca e Helena, mãe e tia das protagonistas Manuela Agnes e Isabela Junqueira (Larissa Manoela).
Em entrevista ao RD1, Elam – que cursou cinema na Edgemar Center of the Arts nos EUA – conta detalhes da trama escrita por Iris Abravanel. “A novela busca um ‘resgate’ da família brasileira, das brincadeiras de rua, da amizade, do vilarejo, das pessoas mais simples”, garante o ator, que tem como núcleo principal uma família italiana.
Elam já integrou o elenco de “Vende-se Um Véu de Noiva”, “Uma Rosa com Amor”, “Malhação” e “Avenida Brasil” – interpretou Santiago, pai de Carminha na juventude – no SBT e Globo, respectivamente. No cinema, esteve em “Desconhecido Íntimo” e “Maçã”. No teatro, dá vida a Vespúcio Neto, publicitário que pretende acabar com as radionovelas e investir na televisão na comédia musical “Caros Ouvintes”.
Confira a entrevista exclusiva:
Fale sobre o seu personagem, Pedro Cavichioli, em “Cúmplices de Um Resgate”:
Elam Lima: É um cara muito trabalhador, muito intenso, passional. Ele é italiano. Quando ele fica nervoso, ele fica muito nervoso. Quando ele está bem, ele fica muito bem. Ele vive um triângulo amoroso com a mãe da Manuela (Rebeca Agnes/Juliana Baroni), mas não consegue enxergar a irmã dela (Helena Agnes/Thays Gorga), que trabalha com ele na clínica veterinária. Ele sempre está com as crianças, coordenando a banda, toca violão e guitarra. É filho único, muito mimado pelos pais, e tem um irmão adotivo, mas a diferença de idade é bem grande entre eles.
O Pedro é um veterinário. Você também gosta de bichos, já teve animais de estimação?
Elam Lima: Eu já tive cachorro, peixe, morei em fazenda, meu avô tinha gado. O pessoal do SBT nos dá um bom auxílio. Mas eu pesquisei, li livros e procurei entender mais da profissão. Lidar com os bichos em cena é muito gostoso.
RD1: Quais as suas expectativas e o que o público pode esperar de “Cúmplices de um Resgate”?
Elam Lima: A novela busca um “resgate” da família brasileira, das brincadeiras de rua, da amizade, do vilarejo, do amor, das pessoas mais simples. Hoje os pais não podem assistir à uma novela junto com seus filhos…
Pedro também é músico e toca na banda Cúmplices de Um Resgate, formada pelas crianças. Você também passou a ter aulas de música?
Elam Lima: Eu gosto muito de ouvir. Na banda da novela eu toco e faço o backing vocal. Desde o início da novela eu comecei a ter aulas de música.
Ser filho de mãe italiana não deve ser muito fácil. Seu personagem estará envolvido em um núcleo de comédia?
Elam Lima: Dentro de casa tem um núcleo de comédia. A cobrança da mãe para que ele fique com a Helena tem sim um tom de comédia, mas fora isso ele é um cara muito sério. Acredito que o público fique dividido entre o Pedro e o Otávio.
Em “Caros Ouvintes”, você interpreta Vespúcio Neto, um publicitário que representa o patrocinador da radionovela “Espelhos da Paixão”. Ele acredita que a televisão será o grande meio de entretenimento dos brasileiros, pondo fim ao rádio. Como foi o processo de pesquisa para a trama e também a composição do personagem?
Elam Lima: Como a peça está reestreando, ou seja, já peguei o bonde andando, acabou sendo mais fácil a pesquisa porque, principalmente, o Otávio Martins (diretor) me passou um apanhado de informações e referências históricas, outras atuais, sobre o momento que a história acontece e como reverbera ainda hoje também, que foi onde pude me nutrir e fazer nascer o meu Vespúcio Neto. Isso inclui alguns vídeos antigos de radionovelas, livros como “Chatô”, que é a biografia do Assis Chateaubriand, personagem da nossa história real, e que está sendo importantíssimo pra minha composição, além dos livros sobre a ditadura, e, claro, as músicas de grandes intérpretes da época como Noel Rosa, Dalva, Marlene… Procurei me apropriar de gestos e posturas mais apropriadas para a época, além de experimentar uma voz mais forte e encorpada para dar mais autoridade ao personagem. Mas confesso que ainda não está pronto. Na verdade, acredito que os personagens estão eternamente em construção, pois cada dia algo diferente acontece com eles.
A história também fala de intolerância e perseguição nos aspectos políticos e comportamentais. Que lições o público pode tirar dos dramas retratados na montagem?
Elam Lima: É difícil dizer ou tentar prever quais lições porque acredito que cada um terá uma experiência diferente ao assistir ao espetáculo, pois as referências pessoais são únicas e intransferíveis. Mas o meu desejo é que possam sair de lá respeitando as escolhas pessoais do outro e tendo a consciência de que somos todos iguais, teremos um fim e será o mesmo pra todos.
O rádio e a televisão exerceram alguma influência em sua vida?
Elam Lima: Sim, com certeza! Sou nascido no interior de São Paulo e quis ser ator por conta da TV. Quando cheguei em SP só queria TV, achava teatro chato. (risos). Mas, quando fui estudando, conhecendo e experimentando o teatro, me apaixonei perdidamente.
Já em relação ao rádio, adoro ouvir notícias e programas de entrevista por influência de meu pai, que sempre tem um rádio ligado ao lado não importa onde esteja.
Entre seus familiares e amigos, alguém vivenciou a época de “ouro do rádio”?
Elam Lima: Sim, meu sogro chegou a fazer teste/audição para cantar em rádio, mas não me lembro qual rádio era. Ficava na região da rua Maria Antônia, que inclusive é uma coincidência com a peça, pois o endereço fictício da rádio na peça é na mesma região.
Quais os programas de rádio e TV que mais gosta?
Elam Lima: Adoro o “Jornal da Pan”, se acordo cedo logo coloco na estação. Também gosto do programa “Radar” da Nova Brasil, que é uma mistura de MPB com notícias. Na TV, tenho visto muitas séries, como “Game of Thrones”, “Mad Man” e outras. Programas, gosto atualmente do “Oficio em Cena”, da GloboNews.