quarta-feira, 23 de março de 2016

Em menos de um ano, ator aparece em novelas de SBT, Globo e Record

Raridade na TV, um mesmo ator aparecerá no horário nobre de três emissoras diferentes em menos de um ano. Em agosto de 2015, Alexandre Barros foi pai de Larissa Manoela em "Cúmplices de um Resgate" (SBT). Em dezembro, participou de "A Regra do Jogo" (Globo). Agora, em abril, será um general na segunda fase de "Os Dez Mandamentos" (Record).

Aos 47 anos, Alexandre Barros comemora a ótima fase. "Como comecei tarde, sinto que meu amadurecimento está acontecendo agora. Não sou mais o 'galãzinho', os personagens que estão vindo para mim no teatro e na TV são muito bons. Está rolando naturalmente. Estou muito feliz", conta o ator ao UOL.

Com bom relacionamento em todas as emissoras, Alexandre diz estar acostumado a trabalhar por obra, sem contrato fixo (somente em 2001, no canal pago E!, foi contratado como apresentador): "Nunca tive um convite de ter um contrato fixo em emissora. Gosto desse jeito. Tem o lado bom e o ruim. Gosto de teatro, estou produzindo minha segunda peça, mas [contrato] tem aquela segurança".

Na sequência de "Os Dez Mandamentos", que estreia em 4 de abril, Alexandre entrará no capítulo 15 como o general Oren, do reino dos amorreus, na cidade de Hesbom. Na trama, ele se apaixonará pela hebreia Adira (Rayana Carvalho) e fará uma aliança com Moisés (Guilherme Winter), que seguirá rumo à Terra Prometida.

O ator começará a gravar a nas próximas semanas no RecNov, estúdio da Record alugado para a produtora Casablanca, atual responsável pela dramaturgia da emissora, no Rio de Janeiro. Para compor o personagem, ele vai se inspirar nos gladiadores romanos e nas manifestações políticas no Brasil.

"É um 'gladiador'. Vou pegar essa referência e o que está acontecendo no Brasil hoje. Tenho acompanhado, acho importante e está me dando um sentimento de patriotismo. É um general com seu rei, e nas cenas ele tem esse patriotismo, 'minha vida é meu reino', como em Roma, e no Brasil agora tem esse movimento que tenho participado muito agora", explica.

O teste para atuar em "Os Dez Mandamentos" foi o único que ele fez em seus trabalhos mais recentes. Na Globo e no SBT, Alexandre diz ter sido convidado para os papéis: "Eu tinha feito teste para 'A Terra Prometida' no final do ano passado, e era exatamente para um general. Recebi o convite em 'Cúmplices'. Para 'A Regra do Jogo' e 'Mister Brau', também fui convidado".

De modelo a ator

Antes de ser ator, Alexandre estudou Comunicação e rodou o mundo como modelo fotográfico. "Comecei aos 19 anos com a Maria Fernanda Cândido. Éramos de uma agência pequena na rua Augusta (São Paulo). Um agenciador de modelos viu a gente e ficou 'louco'. Fui para Paris, Milão, Zurique, Japão, China. Fiz muitos catálogos", relembra.

Nos anos 1990, estudou com a renomada preparadora de elenco Fátima Toledo, de filmes como "Cidade de Deus" (2002) e "Tropa de Elite" (2007). Entretanto, o que era para ser apenas uma preparação para ensaios e comerciais tornou-se o embrião da carreira de Alexandre como ator. Aos poucos, trocou o trabalho de modelo por filmes e novelas.

"Trabalho de modelo acaba. Foi legal, aproveitei, viajei o mundo, ganhei grana, mas sempre estudei, porque é uma carreira perigosa. É muito fácil, mas se deixar o tempo passa. Sempre falo para quem começa: 'Não deixem de estudar'", orienta.

Seu primeiro trabalho foi aos 28 anos, no conceituado filme "For All - O Trampolim da Vitória" (1997), com José Wilker no elenco e cinco prêmios no Festival de Gramado. Na Globo, fez três temporadas de "Malhação", "Presença de Anitta" (2001), "Pé na Jaca" (2007) e "Salve Jorge" (2012), um de seus trabalhos mais marcantes, como o investigador Ricardo, da Polícia Federal.
"Fui fazendo diárias, contratado para uma participação, só que o personagem foi bem, foi crescendo, começou a namorar a Flávia Alessandra, quase com a Claudia Raia. Quando a Giovanna Antonelli virou policial federal, era civil, a novela cresceu", relembra.


No total, foram mais de dez novelas na Globo, Record, SBT e Band, e para públicos distintos, do infantil ao adulto. Seu trabalho em "Cúmplices de um Resgate", apesar de curto (morreu no início da trama), é lembrado até hoje pelas crianças: "A participação em 'Cúmplices' me surpreendeu. Não imaginava um público tão grande e tão fiel como essa molecada, é impressionante".