quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Anão do SBT diz se inspirar em ator de 'GoT': 'Não saí de conto de fadas'

Com estatura inferior à média, eles são expostos a situações controversas e de humor questionável na televisão: sobem fantasiados em ringues de MMA, se autoboicotam em trollagens no estilo “Jackass” e se submetem a uma série de encenações escrachadas. Insatisfeito com tantas ofertas de gosto duvidoso, o ator Giovanni Venturini, que tem 1,10 metro de altura, não se importou em perder uma série de trabalhos até conseguir um papel considerado digno.
Após uma elogiada participação especial em “Chiquititas”, no SBT, o paulista de 23 anos foi convidado para interpretar o rabugento Nico, que trabalha como assistente do italiano Giuseppe (Vicentini Gomez) na sapataria do Vilarejo dos Sonhos, em “Cúmplices de um Resgate” – sua primeira experiência em um elenco fixo de uma novela.
Criado pela autora Íris Abravanel e sua equipe – e inexistente na produção original mexicana –, Nico aparece mal-humorado e usando um uniforme de macacão com detalhes em laranja. Em suas cenas, precisa lidar sempre com a mesma piada de que saiu do conto de fadas da Branca de Neve. Apesar do tom jocoso das cenas, Venturini esclarece que o assistente tem uma função social e está carregado de uma sutil ironia.
“O personagem traz uma discussão um pouco maior para mostrar como é ser anão na sociedade de hoje, o preconceito que existe e como ele gosta de ser tratado. Mas tudo isso de uma forma bem suave e cômica. A todo instante ele fala ‘Gente, eu não sai de um conto de fadas’. É como se ele falasse ‘Sou um ser humano também, não é pela minha condição física que sou um ser mitológico’. A todo instante vai acontecer essa viradinha que serve como um alerta para a sociedade”, apontou.
Venturini não se importa de ser chamado de “anão”, mas explica que o termo pode ser recebido de forma pejorativa por quem tem nanismo e por isso se preocupa em mudar trechos o texto da novela. “Alguns anões não gostam e por isso eu mudo para suavizar a fala. Troco para ‘ser pequeno’ ou ‘ser baixinho’. Não que o termo anão seja ofensivo, mas dependendo da forma como é dita pode vir a ser”, destacou.